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JORNAL ARTIS Nº 01 - PÁGINA 02

Fazer arte em nossa cidade é difícil, descobrimos ao longo de nosso trabalho no projeto do ARTIS que fazer um veículo de mídia especializado em arte também é difícil.

Muita dedicação foi necessária para chegarmos até aqui com essa idéia de termos em Santa Cruz um espaço de discussão, debate, informação e divulgação da arte local. Acima de tudo só temos a agradecer a todos que colaboraram para esse primeiro número; artistas, pessoas da comunidade, apoiadores da cultura. Também agradecemos as empresas e entidades que entendem que cultura também significa desenvolvimento social e econômico para uma cidade e cidade que pouco investe nela pouco tem a oferecer.

Nossa satisfação pessoal foi a de podermos estar com tantos artistas que nossa cidade possui e conviver um pouco com todo esse talento e potencial criativo. Muitos não estão nessa edição mas com certeza estarão nas próximas pois a nossa grata surpresa é que as artes estão muito bem representadas aqui em Santa Cruz, o que garantirá ao ARTIS sempre pautas novas e presenças que continuarão dando a nós e a cidade o privilégio da presença de tantos artistas.
Agradecemos também ao Fórum Municipal da Cultura e o movimento artistisco e cultural que ele representa.


Sejam bem-vindos!

Equipe Projeto ARTIS


CULTURA EM SANTA CRUZ
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Quero destacar uma novidade no cenário cultural de Santa Cruz que foi a criação do fórum de cidadãos para a discussão de políticas públicas de cultura, que ficou conhecido como Fórum da Cultura. Esta é uma iniciativa importante e que já tem mostrado alguns resultados na articulação dos agentes culturais e destes com o poder público. Por exemplo, foi a partir da iniciativa do Fórum da Cultura e da agilização do Departamento de Cultura da Smec que passou a ser discutida a criação de um Conselho Municipal de Cultura para a proposição e fiscalização das políticas públicas de cultura no município.
Isto é muito bom mas é pouco. Santa Cruz precisa de muito mais. Alguma coisa está sendo feita (esta revista, por exemplo), mas ainda não é suficiente. A caretice local ainda é muito grande. Nossa cidade é careta, a classe média é careta, nossa arte e cultura são ainda caretas demais. Mesmo a Universidade, que já arejou a cidade continua careta demais. Santa Cruz precisa de arte e cultura pulsando pelas ruas. Sinto falta de murais, esculturas, instalações. Sinto falta de dança, música e teatro sendo feitos pelas praças, filmes e vídeos sendo exibidos nos clubes e escolas, poesia recitada pelos bares, filosofia debatida nas rádios.
Não, isso não é mais uma utopia, é uma necessidade. Santa Cruz do Sul precisa de uma virada cultural. Penso que uma virada cultural seria a cidade perder a caretice, investir mais na cultura, incentivar mais as artes, prestigiar os artistas e produtores culturais locais, montar um calendário cultural articulado pela ação cooperativa dos diversos grupos e entidades culturais e coordenado pelo Depto. de Cultura, oferecer uma boa programação artístico-cultural, ter público para esta programação. Quando escrevo a cidade penso no poder público, nas entidades, nas pessoas, nas empresas.
2009 pode ser o ano do começo desta virada.e pode ser também o ano em que iniciaremos a levar a sério a importância da cultura como fator de desenvolvimento local, que contribui para melhorar a saúde, a educação, a segurança e a identidade da população e para a diversificação da economia através da geração de emprego e renda e da formação e capacitação de profissionais.
Se formos mais ousados, podemos pensar que os novos rumos para Santa Cruz do Sul passam pela sua transformação em pólo regional de cultura. Para isso é preciso investir na instalação e/ou melhoria de equipamentos culturais e instituir um evento anual de porte similar à Jornada Literária de Passo Fundo. Penso em um Festival de Inverno de Cultura e Arte, o FICA Santa Cruz. Coordenado pela Prefeitura e pela Unisc com apoio do Sesc e patrocínio de grandes empresas instaladas no município (mais recursos captados através de projetos junto aos governos federal e estadual), o FICA poderia ocorrer nas duas últimas semanas de julho (para coincidir com as férias escolares) espraiando pela cidade mostras, exposições, apresentações, cursos, oficinas, palestras, mesas-redondas e seminários de teatro, cinema, artes plásticas, escultura, vídeo, fotografia, filosofia, humanidades, comunicação e tecnologia, com a participação de artistas, pesquisadores, professores e produtores culturais recomhecidos no estado e no país.
Mais um passo nessa ousadia e proponho um projeto de médio prazo: a instituição de uma fundação cultural para a construção e operacionalização de um grande Centro de Cultura que incorpore museu de arte, auditórios e salas de projeção de diferentes tamanhos, estudios, laboratórios, salas de reuniões, restaurantes, cafeterias e salas de exposições, em condições de colocar Santa Cruz nos principais circuitos das artes e da cultura no Brasil. Algo no porte e no espírito do Museu Oscar Nyemaier de Curitiba ou do Santander Cultural em Porto Alegre. Trata-se de um projeto extremamente ambicioso de transformação do perfil de desenvolvimento da cidade transformando-o em uma referência cultural para todo o país num período não maior de 10 anos. Sua realização exigirá uma enorme operação de engenharia financeira, articulação política e organização administrativa. Certamente será necessário o envolvimento do poder público e de todas as forças econômicas, sociais e políticas do município, mas o retorno financeiro já pode começar com a geração de empregos na construção civil e continuará com o desenvolvimento de toda a cadeia produtiva da cultura e do turismo. Se soubermos articular o Centro de Cultura com os equipamentos culturais já existentes ou em fase de finalização na nossa cidade e tivermos a capacidade de criar eventos culturais significativos para a ocupação destes espaços, poderemos ampliar ainda mais os resultados culturais e econômicos para a cidade.
Acredito que temos competência e capacidade administrativa para isso. Não sei se temos visão e vontade política. Penso que, como cidade, não temos noção da importância de uma iniciativa como essa para o nosso futuro.

Caco Baptista
professor.
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com o título do assunto "Parla!"














Jornal ARTIS Nº 01
ANO UM - Nº 01

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