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Entrevista
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Quando despertei o interesse pela pintura foi como um chamado, pois a vontade era tão intensa que não pode conter. Deixei me levar pelo fascínio na pesquisa das obras dos grandes mestres da pintura. Na parte pratica como sou autodidata foi como se tivesse realizando um sonho. Foi uma paixão muito grande e que esta durando até os dias de hoje.
Sim. O surrealismo é uma pintura inteligente, uma pintura estudada, pois todos os detalhes são simbolismos com propósitos, tudo tem um porquê. Essa questão me fez pensar de uma forma diferente. Surgindo a idéia de uma pintura em que o publico refletisse junto com o artista a respeito da obra e a sua finalidade. A pintura tem seu momento, como sempre fui diferente, não tinha como pintar o que todos estavam pintando. Me preocupo muito com a questão simbólica do pensamento, sendo ele responsável pela criação do contexto da obra e a sua individualidade.
A princípio todos criticaram muito. Achavam que era estilo de um maluco. Na época um vaso de flor, natureza morta e a paisagem espatulada eram os motivos que vendiam. Não era fácil de concorrer com artistas como Gilberto Dassow, Luiz Etges, Nelson Basumiro, Clarisse Blauth e todos com uma excelente técnica. Graças a estas pessoas maravilhosas, eu como uma pessoa inquieta, busquei me melhorar ainda mais. Nunca me importei muito com o questionamento a respeito do meu trabalho, por ter uma personalidade muito forte e por isso sofri muitas represálias, não tenho nó na garganta, digo o que tenho que dizer e pinto o que sinto e é isso que preciso transmitir como artista. Desculpem-me as pessoas que acham e pensam o contrario, mas isto é ser artista, retratar e questionar o mundo sob uma visão diferente. Comercialmente foi muito ruim, mas como tive outra profissão para ajudar a dar o sustento da minha família, não me importava muito com isso, isso sim é que é ser maluco!!!!!!
Como comentei na resposta anterior, para conseguirmos evoluir a técnica temos que exercitar, praticar e pesquisar muito para dominarmos os segredos de cada técnica. E nessa busca me apaixonei por estes estilos. Hoje, depende do momento eu pinto uma paisagem (arte para os olhos), um abstrato (arte para a alma) ou uma tela surrealista (arte para a mente) todos com uma identidade exclusiva, pois isso é muito importante, sempre manter o teu estilo seja na paisagem, abstrato ou surrealismo. Se você olhar as minhas obras é fácil de identificar o meu trabalho esta característica é que tem que ser respeitada, pois é uma forma do artista se identificar com seu publico.
Tu és um dos maiores nomes da pintura aqui em Santa Cruz, como tu vês os novos artistas que estão surgindo?
Obrigado pela consideração. Graças a Deus que existem pessoas que tem esta mesma necessidade de dar continuidade a esta verdadeira paixão que é a arte e com muita qualidade. Temos que ajudar ainda mais a evolução e persistência destes novos talentos que sabem usar a criatividade como forma de expressão. Temos que ajudá-los a ter mais espaço, mais oportunidades e mais respeito pelos seus trabalhos.
Quais são as tuas influencias?
As minhas influencias vem dos trabalhos de Salvador Dali, Fukuda, Manabu Mabe, Manet, Monet, Renoir, Camille Pissarro, Alfred Sisley e Rubens. Misturo o acadêmico, impressionismo e o Romantismo. Estas influências ajudam na versatilidade da criação, pois ela te dá uma infinita possibilidade de recursos para não cansar as obras na mesmice.
Como é seu processo criativo?
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Utilizo muito a intuição, como se tu estivesses exercitando as formas e aguçando ainda mais a criação. São tantas as possibilidades de formas que muitas vezes encerro o trabalho antes, pois senão fico meses e não dou por encerrada a tela. Na paisagem e no abstrato não faço um pré-estudo, realizo o trabalho direto na tela. Acredito que desta forma não há influencias de terceiros e a mensagem sai direta sem deturpações. Já no Surrealismo é diferente, pois entram idéias sobre comportamento, cultura e crenças, onde se transmitem mensagens estudas pelo ponto de observação do artista.
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E é assim que insisto em perpetuar a minha obra, pela dedicação, amor, carinho e pela minha grande paixão que é a minha esposa Rejane, meus Filhos Guilherme, Fernanda e Antônio e os meus netos Pedro, Yasmin e Maria Clara.
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