__________________________________________________________

JORNAL ARTIS Nº 02 - PÁGINA 10





A natureza está agonizando por culpa dos seres humanos que a destroem dia após dia, em uma rotina quase que frenética. Quem ainda consegue conviver em harmonia com ela sabe que ela se comunica conosco, através de sinais, formas, cores, cheiros e de seus elementais. Foi através de um pedido de socorro de alguns desses seres mágicos da floresta que Leandro Silveira Rodrigues encontrou os “guavins”, seres de outra dimensão que vem para o nosso mundo clamar por paz e pelo fim da destruição das matas. Quando caminhava no mato em sua terra natal, Encruzilhada do Sul, o artista encontrou sua primeira raiz de guavirova (uma planta típica da região) ou o seu primeiro “guavin”, como ele chama a sua obra, “sua forma já estava ali, as raízes somente pediram para eu terminar de dar vida a elas”, explica entusiasmado o escultor de 28 anos.


Filho de mãe artesã e tio marceneiro, desde cedo se interessou pela arte. Morou em Encruzilhada e Canoas e agora reside em Santa Cruz onde já fez oficinas de escultura na SMEC com os artistas Dagô e Alceo de Costa. Para Leandro a escultura faz parte de sua comunhão com a natureza, “trabalhar com a argila ajuda a equilibrar minhas energias, me acalma”, e foi essa relação com a natureza que o levou a criar os seus guavins, “Eles me disseram: Se liga que a natureza ta indo... A natureza agoniza”, complementa. Sobre suas técnicas e formas de expressão o escultor se define assim: “a arte é expressão, busco melhorar, mas do meu jeito, não me importo com o que os outros vão pensar”.

Viver da arte também é um desafio para esse aventureiro, que já foi de bicicleta até o Uruguai com na companhia de um amigo. Rodrigues vende suas obras na rua e nas praças de Santa Cruz desde 2003, quando começou a encarar a arte como um meio de vida. Para ele nossa cidade é um tanto “nervosa”, “a energia aqui é mais pesada que a da minha terra”, diz Leandro ao se referir à receptividade ao seus trabalho. Outra dificuldade que o artista encontra é se desfazer de seus guavins, pois cada um é único (inclusive recebe um nome), mas aos poucos entende que a missão dos guavins é se espalharem pelo mundo levarem sua energia e seu alerta de que a natureza está sofrendo.




Além de seus guavins, Leandro também produz fontes sob encomenda. Para entrar em contato com o artista você pode ligar para: (51) 9944-1676.



.