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JORNAL ARTIS Nº 3 – PÁGINA 09


Levar a arte a sério e encará-la como profissão é a filosofia do escultor Alceo Luiz De Costa, cinqüenta anos e natural da cidade de Alpestre/RS. Há nove anos radicado em Santa Cruz atua desde então como instrutor de oficinas de arte na Secretaria Municipal de Educação, onde, além de repassar aos alunos técnicas de escultura e pintura, também incentiva os novos talentos em suas carreiras. Foi nessa idéia de apoiar o surgimento e união de uma nova geração de artistas de Santa Cruz que, junto com os artistas Deco Rodrigues, Cristiano Machado, Cristiano Menna Barreto, Cristiano Zajac, Clayson Araújo e Joe Nunes, dentro de sua sala de aula surgiu o Grupo de Artistas ContraSenso; onde tem o carinhoso apelido de “Professor X” (o mentor intelectual dos X-men, dos filmes e gibis). E é com esse italiano cheio de fé na vida e na arte que o Artis foi bater um papo esse mês.


O que te levou para o mundo da arte? De onde vem a tua inspiração?

Não houve um fator determinante que me influenciou, sempre tive uma paixão pelas artes. Desde meus cinco ou seis anos de idade tinha uma espécie de curiosidade, apoderava-me das ferramentas do meu pai e em um bloco de pedra, atrás da casa, executava minhas primeiras aventuras artísticas.


Tuas temáticas são bem amplas, quais as tuas preferidas, que tu podes dizer que são a melhor expressão da tua alma de artista?

Tenho como lema: “Todo artista deve ser livre”, não há inspiração sem liberdade, a arte verdadeira é aquela que não têm como fim um objetivo meramente comercial, mas é feita pelo próprio prazer do artista, sendo uma maneira do mesmo se reestruturar, transformando sua existência numa forma ideal.


Pra ti, quem são os melhores escultores da atualidade?

Para mim, não existe melhores, pois a escultura é uma manifestação individual, e toda a forma de manifestação é única e deve ser respeitada, existem muitos que vivenciam a arte a tal ponto que estudam todas as técnicas e formas, também se encontram em tempo e locais ideais, recebendo apoio, destacando-se conforme os interesses dos seus apoiadores.

Clássico: Auguste Rodin, Michelangelo Buonarroti.
Moderno: Henry Moore.
Brasileiro: Victor Brecheret, João Bez Batti, Xico Stochinger.

Tu és um dos poucos que consegue se dedicar e viver exclusivamente da tua arte seja dando oficinas ou produzindo tuas obras, Na tua opinião, até que ponto isso é importante para um artista? E qual a diferença entre ensinar arte e fazer arte?

-Quando se dedica, aprende-se muito. O ensinar é conseqüência, é como uma taça de vinho cheia, só tem utilidade novamente quando esvaziada.


Como artista, qual a tua visão da sociedade e das pessoas? E como isso se reflete nas tuas obras?

A sociedade caminha para a autodestruição, seus valores estão corrompidos, para mudá-la e mudar o mundo devemos, individualmente, repensar, devemos nos colocar a parte corrigindo-a através da correção dos nossos próprios erros.


Fazer arte pra ti é...

Realização existencial.
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