

Em meados da década de 70, eis que surge mais um elemento da cultura Hip-Hop, o breakdance. Criada por afro-americanos e latinos, o break é um estilo de dança de rua, e o b-boy (ou b-girl) é quem pratica o break da música, ou seja, um bit da música que se repete. E quem era o grande astro na época? James Brown, o homem que brilhou com sua voz, e também por suas performances. Foi através dele, que muitos jovens se inspiraram (e se inspiram até hoje), com a chamada dança Good Foot (Pé Bom). No seu surgimento, a dança de rua era uma maneira de as gangues de rua disputarem território, já que a dança se inspirava em movimentos de guerra. Já hoje é utilizado como forma de diversão e competição no mundo inteiro.
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O cenário do movimento Hip-Hop em Santa Cruz tem se mostrado cada vez mais forte e produtivo. Graças à organização, talento e dedicação (fortes características desse movimento) muitos grupos conquistam cada vez mais destaque no mapa cultural daqui. Um dos marcos recentes dessa explosão artística foi a ESTAÇÃO DA RIMA, evento que já teve duas edições, a primeira em 16 de maio e outra no último dia 15 de agosto na praça Siegfried Heuser pelo grupo DusBuero Crew. E é com a Andressa Souza, uma das integrantes do DusBuero que o jornal Artis foi conversar sobre uma dos elementos da cultura Hip-Hop que tornou o mesmo notório nos anos 70 e 80, o break.

BREAK SE APRENDE NA RUA!
“O que tu aprende nessas academias de dança, é uma coisa completamente desvirtuada”, enfatiza Andressa. “A raiz da dança é o improviso, não são as escolas que vão ensinar. Conheço pessoas que dançam mais do que muitos das academias que pagam pra aprender (e aprendem coisas erradas ainda por cima) É raro ouvir falar de um James Brown, ou até mesmo um Michael Jackson em apresentações de academias. O que se aprende na rua, não se aprende em escolas”, complementa.


Já sobre o cenário em Santa Cruz a Andressa, que foi uma das organizadoras da Estação da Rima, diz que os b-boys e b-girls daqui usam a rua mesmo pra ensaiar, as praças da cidade e o parque da Oktoberfest. E recentemente o Departamento de Cultura da SMEC forneceu um lugar para o pessoal ensaiar. Já temos algumas feras na cidade como o Digo, o Corvão (da X-Boys Crew) e o Max (também da X-Boys). “As gurias são poucas, quase não as vejo participando de rachas de b-boys. Mas sei que tem sim!”, esclarece Andressa sobre a participação feminina na dança de rua em Santa Cruz.
E os projetos da DusBuero Crew para o futuro prevêem mais eventos como a Estação da Rima, (que, segundo o pessoal da DusBuero, foi pra Santa Cruz uma inovação na cultura Hip-Hop). A tendência é fazer um evento anual cada vez mais grandioso.
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