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JORNAL ARTIS Nº 3 – PÁGINA 07


Uma outra grande vertente de desenhistas, surgidos em sua maioria nos anos 80, foram aqueles que buscaram outra linha das histórias em quadrinhos, fora dos “super-heróis” e do “underground”. Em uma época em que os brasileiros como Maurício de Souza (Turma da Mônica), Ziraldo (Pererê) e Watson Portela (Os Trapalhões) competiam de igual para igual com a yanke Disney surgiram muitos e talentosos desenhistas com traços inspirados em seus personagens favoritos. O próprio Maurício de Souza criou seus primeiros personagens baseando-se na personagem Luluzinha (Little Lulu), de Marge Henderson. E quem vem queimando grafite esse mês é um desses “fan-boys” que, junto ao seu personagem Edi, nos mostra um pouco de sua história e de seu talento.




Como foi o seu começo no desenho? O que te levou a ele?

COMECEI PRIMEIRO FAZENDO AMPLIAÇÕES EM CARTOLINA DE ANTIGOS GIBIS DOS TRAPALHÕES, TINHA UNS SETE ANOS EU ACHO... MEUS CADERNOS TANTO NO COLÉGIO COMO NA FACULDADE SEMPRE TIVERAM MAIS DESENHOS DO QUE CONTEÚDO DE AULA...
Fez algum curso ou é autodidata?

AUTODIDATA.

Tu trabalhas só com humor? Quais as tuas influências? Que autores curte?

GOSTO MAIS DE HUMOR. FUI MUITO IFLUENCIADO PELO ESTILO DOS GIBIS DA DISNEY, E GOSTO MUITO DO CARL BARKS, QUE FOI O CARA QUE TRABALHOU MAIS NA FAMÍLIA DO PATO DONALD, ESSE ERA FERA... APESAR DE GOSTAR DO ESTILO DISNEY DE DESENHO, MEUS PERSONAGENS PUXARAM MAIS O JEITO ALOPRADO DOS PERSONAGENS DA WARNER...
á editou algum trabalho?

AINDA NÃO.
Como é o teu processo criativo? Tu estás sempre ligado nas notícias para poder fazer suas charges ou elas são mais atemporais?

PREFIRO MAIS TRABALHOS ATEMPORAIS, A NÃO SER QUE SEJA UM ASSUNTO POLÊMICO E QUE VENHA A RENDER BOAS GARGALHADAS.

Como tu encaras o mercado de trabalho para desenhistas? Está sendo fácil?

COMPLICADO, O NOSSO MERCADO LOCAL NÃO DÁ MUITAS OPORTUNIDADES, A MÍDIA LOCAL ENTÃO NEM SE FALA, PENSA-SE MUITO EM LUCRO E POUCO EM VALORIZAR NOSSA CULTURA. AINDA BEM QUE SURGIU O JORNAL ARTIS.


O Artis agradece a participação do Márcio que, assim como todos os artistas que passam por aqui, abrilhantou nossa publicação. Na última edição do ano estaremos de volta com mais uma fera do desenho de Santa Cruz.
Suas armas: Lápis, borracha (ninguém é perfeito, né...) E nanquim 0.3 e 0.5.

Sua bagagem: Quadrinhos pra “Gazetinha”, de 94 à 96, Riovale Jornal, Folha do Rio Grande, Jornal Comunidade e Jornal do Arroio Grande.

Uma idéia que não sai da cabeça: Uma prancheta, um lápis, uns papéis e um pôr-do-sol à beira-mar...

Quem faria seu papel no cinema? Acho que o Bruce Willis de cavanhaque até que ficaria parecido comigo - hehehe... Nada modesto, né?

Uma frase famosa que você gostaria de ter dito: “O que fizemos em vida, ecoa na eternidade”, do filme Gladiador, agora, quem escreveu eu não sei...

Uma frase famosa que você jamais teria dito: “A América é para os americanos” (John Fitzgerald Kennedy, ex-presidente dos EUA) - Meio prepotentes os caras, né? Moro no Brasil, mas também sou americano.

Quem você esqueceria numa ilha deserta? Todos os políticos corruptos de Brasília. Mas sem água e nem comida...

Você se imagina aposentado? Não. A não ser que o reumatismo me pegue antes.

Um personagem: Peter Parker! Taí um herói que tem um lado bem humano. Às vezes tem que decidir entre levar remédio pra Tia May ou salvar Nova Iorque.

Uma pessoa real: Juliana Freitas, minha noiva, apoiadora assídua dos meus projetos.

Quem você gostaria de desenhar? Apesar de não ser meu estilo de traço, mas curto muito os personagens do Stan Lee.

Uma bebida: Uma cervejinha gelada depois de um futebol tem o seu valor.

Um som: Curto bastante U2.










Literatura da melhor qualidade na forma de história em quadrinhos. De autoria do porto-alegrense Rafael Costa (argumento e desenhos), com participações dos artistas Tharcus Aguilar e Renan Leandro e capa do Canhotórium Arte Aplicada.

O álbum baseia-se nos momentos da vida de Miguel Arcángel Roscigna, anarquista argentino e um dos mais importantes integrantes do chamado anarquismo expropriador do Rio da Prata nos anos 20 e 30.

Além de ser uma HQ muito bem desenhada e escrita, “Mais que Palavras” é também um importante resgate de importantes momentos da luta social na América Latina, contato com muita propriedade, graças às vivências e pesquisas feitas pelo autor.

Lançamento da tradicional Editora Achiamé (Rio de Janeiro), com 47 páginas de quadrinhos e um texto final feito por Alejandro Bias Facal, um dos sobreviventes do cárcere na época. Sem dúvidas vale a pena conferir.

Para adquirir o livro (R$10,00 – incluindo despesas postais) é só entrar em contato pelo e-mail: ventodeliberdade@gmail.com
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